A administração do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, firmou um acordo com a OpenAI para oferecer a versão corporativa do ChatGPT para todas as agências federais. A ideia é “modernizar” as operações do governo americano. Essa parceria, anunciada pela Administração de Serviços Gerais dos EUA (GSA), vai permitir que as agências acessem essa tecnologia de inteligência artificial por apenas 1 dólar por unidade, facilitando a introdução da IA nas rotinas de trabalho.
A GSA, que cuida das aquisições do governo, destacou que essa colaboração está em linha com o Plano de Ação para IA da Casa Branca. Esse plano, que emerge de uma estratégia mais ampla, busca colocar os EUA na liderança do desenvolvimento da inteligência artificial — um tema muito debatido nos últimos tempos.
Embora as intenções de modernização sejam boas, existem críticas sobre o potencial negativo que essa corrida por IA pode ter. Questões como privacidade, proteção de dados, censura, e controle de narrativas estão no centro dessas preocupações. Além disso, há um debate sobre como a segurança cibernética e as liberdades civis podem ser afetadas.
Os perigos da IA centralizada no governo
Em 2023, a Força Espacial dos EUA, parte das Forças Armadas do país, decidiu suspender o uso de ferramentas de IA generativa, como o ChatGPT, devido a preocupações com a segurança cibernética. Isso se deve à proteção de dados sensíveis que são cruciais para a segurança nacional. A vice-chefe de operações espaciais da Força Espacial, Lisa Costa, comentou que os padrões de segurança das ferramentas de IA precisam ser bastante reforçados antes que possam ser aceitas no contexto militar.
O assunto não é apenas técnico; também reflete o crescente receio da população em ver o governo automatizando suas operações com IA. Na Suécia, por exemplo, o primeiro-ministro Ulf Kristersson enfrentou críticas ao admitir que se consultou com a IA para tomar decisões políticas. No entanto, seu porta-voz ressaltou que essa IA não foi usada para tratar de assuntos confidenciais ou sensíveis à segurança nacional.
Como sabemos, ferramentas de IA, como o ChatGPT, coletam grandes volumes de dados dos usuários por meio da internet e de interações diretas. Isso levanta riscos sérios de segurança cibernética, especialmente quando essas informações estão armazenadas em servidores centralizados. A privacidade é uma preocupação constante para usuários, executivos de tecnologia e ativistas dos direitos civis.
Sam Altman, CEO da OpenAI, recentemente alertou que interações com IA, como as conversas no ChatGPT, podem, em algumas situações, ser usadas como prova em tribunais. Ele enfatizou que tais interações não têm proteção de privacidade e estão sujeitas às leis de busca e apreensão do governo.
